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Dani Caribé & Perguntas à Mesa

  • Foto do escritor: FiGAS
    FiGAS
  • 21 de ago. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 23 de ago. de 2021

Tudo o que colocamos para dentro do corpo possui uma informação, uma energia, uma vibração, o nutrir vai além do alimentar-se, nos auxilia a entender melhor nosso corpo físico e mental. E é com este pensamento que Dani Caribé transforma conhecimentos em práticas no cotidiano.

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Separamos algumas perguntas para Dani Caribé: acupunturista, professora de yoga, terapeuta corporal, desenvolvedora da Marca PURA Cosmética Natural e, dentre as suas formações, é também culinarista com formação técnica em nutrição.

Esse bate papo tem o frescor de manga colhida do pé e aroma de flor de erva doce.

1. O que te motivou a estudar culinária viva?

Desde 1998, quando me tornei vegetariana e comecei a estudar as práticas integrativas de saúde, meu interesse pela alimentação natural e saudável sempre me acompanhou. Fiz muitos cursos de culinária e nessa época fiz uma formação em nutrição terapêutica, mas sempre tudo voltado para a dietoterapia chinesa, porque estava estudando medicina chinesa. No geral, dentro dessa perspectiva dietética chinesa, quase tudo é mais cozido, mais quentinho, e isso tem uma inteligência inegável. Porém, quando descobri a culinária viva, entendi que é maravilhoso, dependendo da condição orgânica de cada um, do clima, da época do ano, inserir na dieta mais alimentos que preservem a sua vitalidade, as enzimas, a água estruturada e sobretudo a sua informação vibracional, e isso a culinária viva traz como preceito.


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2. Nos conte mais sobre a relação entre desequilíbrios orgânicos e psicológicos e hábitos alimentares?

Tudo o que colocamos para dentro do corpo possui uma informação, uma energia, uma vibração, que está relacionada a história daquele elemento ou a estória que ele conta, sua natureza ou qualidade, e estendo isso não só para a comida, mas para o que lemos, ouvimos, assistimos, passamos sobre a pele, cheiramos, vestimos, como nos relacionamos... tudo na nossa experiência cotidiana carrega informação. E essa informação pode ser de fomento a vida ou a morte, trazendo disposição ou embotando nossa vitalidade, motivando ou não a realização diária com alegria e perseverança. Um exemplo sobre o que colocamos na boca como comida: se nos alimentamos somente de alimentos industrializados, desvitalizados, refinados, embalados e guardados por longos períodos em prateleiras de supermercado e depois na nossa despensa, frutos de uma agricultura ou indústria que mata, polui, desvitaliza a terra, que explora a mão-de-obra, enfim, tantas qualidades podemos elencar aqui, estamos colocando no nosso sistema todas essas informações, de não-vida, de aridez, de desigualdade que se expressarão em nós em diferentes manifestações ou sintomas físicos, psíquicos ou emocionais. Por outro lado, ao consumirmos alimentos frescos, orgânicos, de agricultura familiar e próxima ao lugar que habitamos, fomentando e dando suporte a nossa comunidade, alimentos cheios da energia da terra, do sol, da água transformada em vida, estaremos nos nutrindo, para além de macro e micronutrientes, de elementos que corroboram a vida, manifestando em nós a vontade de realizar o nosso melhor a cada dia, com coragem e disposição, porque essas são as qualidades inerentes a frequência daqueles alimentos. Além disso, extrapolando a composição nutricional dos alimentos ou o que é mensurável e sua relação com nossa saúde, devemos considerar o quanto o alimento nos limpa ou nos intoxica, demandando mais ou menos energia do nosso corpo para lidar com ele. Se um alimento nos limpa, preservamos nossa vitalidade e dispomos de maior energia para investir na realização dos nossos projetos e sonhos, um corpo limpo possibilita também uma percepção mais clara sobre o que vivenciamos; já quando estamos intoxicados, toda a nossa energia e metabolismo estão voltados ao restabelecimento do equilíbrio interno, chamado homeostase, limpando o que em nós sobra e entorpece, a mente fica turva e as emoções possivelmente mais carregadas, estamos cheios e lutando para nos esvaziarmos do que não precisamos, e possivelmente isso vai refletir ou é um reflexo do que estamos vivendo no momento.

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3. Como foi a sua aproximação com o universo das terapias holísticas?

Tudo aconteceu em 1998, eu cursava administração de empresas na UnB, super carnívora e bem adepta a bebidas alcoólicas, adorava música eletrônica, dava aulas particulares de francês. Fui passar um final de semana na Osho Lua, na Chapada dos Veadeiros. Aquele contato com a natureza muito abundante, o silêncio, as práticas de meditação ativa, a alimentação natural, com pessoas vivendo num universo muito diverso do meu, me tocou profundamente. Voltei para Brasília e mudei radicalmente de vida. Larguei a UnB (depois voltei, ainda bem), virei vegetariana, comecei a estudar massagens terapêuticas, interpretação dos sonhos, iridologia, alimentação natural, medicina tradicional chinesa, reiki e nunca mais parei de estudar.

4. Você é adepta da alimentação Ayurvédica? Como enxerga a inserção da ayurveda no cotidiano brasileiro?

Sou uma curiosa do Ayurveda, fiz uma formação e trabalhei com a massagem ayurvédica por alguns anos, na especialização que fiz em ciência corpo-mente estudei um pouco de forma mais acadêmica, tenho alguns vários livros principalmente sobre alimentação mas não me considero nem uma boa entendedora nem muito menos adepta. Acho que todas as filosofias médicas ou de promoção de saúde que considerem o indivíduo como único tem grandes chances de corroborar a sua saúde, então, com certeza, contemplando nosso clima, a região em que vivemos, o momento de vida que estamos passando, acredito que possa ser de grande valia inserir o que for condizente com essas condições e com o que dispomos de alimentos, especiarias, ervas.


5. Em qual estação do ano você se sente mais criativa na cozinha?

Depende muito do que estou vivendo no momento, mais do que em qual estação. Me sinto criativa na cozinha quando tenho tempo, e no geral, tenho tido poucos momentos para experimentar e criar, o que me leva a cozinhar o mais simples e prático, que não é ruim mas também não é super criativo.

6. Você percebeu um aumento da procura de alimentação mais natural durante a pandemia?

Eu acredito que sim. Muito mais pessoas tiveram que preparar seus próprios alimentos, e talvez, conscientes ou não, pela manutenção da sanidade nesse momento tão desafiador, começaram a fazer melhores escolhas, sentiram-se convidadas a um autocuidado maior, a oferta de cestas de produtos frescos e orgânicos entregues em casa aumentou, o medo de não estarem saudáveis e portanto mais propensas a complicações com o covid pode ter sido um fator relevante, além da reverência à vida e a sua manutenção, com tantas mortes acontecendo todos os dias.


7. Como põe em prática seus conhecimentos relativos à terapias holísticas no seu cozinhar?

Levo muito em consideração como estou me sentindo, como está minha condição energética, a época do ano e o clima. Nesse momento que está frio pela manhã e à noite aqui em Brasília, tenho evitado alimentos frios demais, continuo tomando suco verde em jejum mas sempre coloco uma erva ou raiz como o gengibre para trazer uma energia mais morna, depois privilegio alimentos mais levemente cozidos e de natureza quente. Deixo para o meio do dia, que está mais quente, açaí ou vitaminas que são de natureza mais fresca. Vou me observando e fazendo as melhores escolhas e as possíveis, porque nem sempre temos tudo o que queremos a mão.

8. Quais infusões ou óleos essenciais utiliza para harmonizar a mente e oferecer bem estar?

Sou muito apaixonada pelos óleos essenciais e plantas medicinais. Uso óleo essencial para tudo, tem sido meu foco de estudos nos últimos tempos. Como exemplo, posso citar o óleo essencial de hortelã-pimenta se estou com alguma dor ou precisando de foco e concentração, adoro inalar logo ao acordar o néroli em dias que sei que serão mais desafiadores, que é um grande harmonizador em todos os níveis, lavanda para picadas, arranhões, se preciso me acalmar, vetiver para me dar estrutura e pé no chão quando estou muito no mundo da lua, os cítricos como laranja, grapefruit e mandarina para trazer alegria e leveza. Neste momento estou amando o olíbano, está me ajudando a ter fé e confiança na vida. Os infusos uso de forma mais pontual, nos dias mais frios desse inverno fiz decocção de gengibre, fenogrego ou canela, quando sinto que estou mais irritada faço infusão de dente-de-leão, alcachofra ou boldo pra acalmar o fígado, decocção de gergelim preto para nutrir os fluidos corpóreos, infusão de camomila para criar e me conectar mais comigo.



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