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Não sei

  • Foto do escritor: FiGAS
    FiGAS
  • 2 de mar. de 2021
  • 2 min de leitura

Quando (finalmente) resolvi colocar nesse mundo virtual as palavras que encaraminholavam em minha cabeça, uma amiga perguntou “vai falar sobre o quê”? e a primeira resposta foi “do que que eu sentir vontade”, e 30 segundos depois já sabia que comida era o foco desse espaço.


Em alguns momentos quero mudar o rumo da prosa, falar da vida, filosofar, teorizar, buscar fórmulas ou ciência, mas ainda assim a comida está no centro da conversa sempre.


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Num respiro lembramos que comida e humanidade andam coladinhas, seja nas primeiras células, na maçã tentadora ou nas paredes rupestres, o alimento está ali, presente na narrativa. E por ser assim tão intrínseco ao nosso viver, parece se tornar assunto corriqueiro, leviano, de menor importância. Quantos julgamentos não foram destilados aos que escolheram a faca ao invés de outro estudo, e quantos ainda mais severos foram imputados a quem não teve escolha, e a cozinha parecia ser talvez a única opção?


Mas comida é amplo, é estudo, ciência, pesquisa, engenharia, sobrevivência, virou commodities (mas se é commodities, ainda é comida?), é história e estórias, afeto, carinho, frescor, restauradora, é a mãe, o motivo, a agregadora, a causa, a vida pulsante da terra que vem habitar nosso corpo e apaziguar a alma. Pode ser pura poesia e encanto, ou dura e técnica, por vezes até uma pílula.


O que a comida representa é decisão de cada ser humano. Sua interação conosco é única, assim como a história e memória de cada uma de nós. O que a comida significa ao longo do curso da humanidade é coletivo, e sua necessidade e importância são notórias.

Porque então há tanta desvalorização de grande parte da cadeia que trabalha para garantir alimento de tantos, e por outro lado glamourização de algumas poucas partes desse emaranhado? Para 01 chef celebrado na TV, mil agricultores sem nome lhe garantem ingredientes frescos. Comidas de laboratório recebem aportes milionários, enquanto no campo se luta arduamente para chegar ao fim do dia com pequenas dezenas de reais.


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Alguma coisa está fora da ordem.

Mas qual seria a ordem, se é que uma ordem há?


As caraminholas se entrelaçam em minha mente. Leio um, dois, vários livros, vejo aulas, me pego sabendo de nada e menos ainda. Sigo soltando as palavras aqui e ali, levantando questões sem resposta alguma, porque se respostas tivesse um prêmio qualquer levaria. Quem afinal tem respostas neste mundo maluco? E não é privilégio humano mudar de ideia, e refazer suas próprias teorias?


Do nada que sei, sinto apenas que a comida é personagem essencial nesse contar das vidas que há séculos e séculos se perpetua.


Vou respirar, revirar os conceitos e na próxima volto com olhar mais carinhoso, atento e caloroso.



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