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SOBRE MINHA COMPANHEIRA

  • Foto do escritor: FiGAS
    FiGAS
  • 21 de mai. de 2021
  • 4 min de leitura

Comecei a puxar na memória quando foi que adquiri esse apego, quase mania por agendas. Me vejo ainda criança, aprendendo a arte das palavras já com diários e cadernos de anotações, sempre levando para o papel as tarefas e importâncias.

Sou uma pessoa ansiosa e procrastinadora, acelerada e comprometida em entregar demandas. Combinações que não são lá grandes amigas da tranquilidade mental.

E desde nova já era fã de tarefas agendadas. Fui representante de turma, no ensino médio fiquei longas tardes devota a questões estudantis, fundamos o grêmio do colégio, também jogava handball, fazia teatro, comissão de formatura e trabalhava como promotora de eventos. Era alvo fácil de brincadeiras: era só esconderem minha agenda para o pânico invadir meu rosto. Não fazia NADA sem ela, estava tudo ali! Subia Bahias e descia Florestas por Belo Horizonte com minha companheira e umas canetas.


Todo ano, uma nova fiel escudeira, com os aprendizados de novas ferramentas nos anos de estudos e trabalhos, fui aprimorando e usando tecnologias, mas a fiel escudeira, sempre no papel. Até nos meus anos como DJ, anotava na agenda as ideias para cada festa que tocava. Não sabia produzir um evento sem passar tudo pelas folhas antes, e ai de mim sem ela.

E de repente, numa volta imensa da vida, minha agenda de 2016 não foi utilizada. Foi o ano que troquei o frenesi de muitos e intensos trabalhos e estudos, por um aprendizado gigante: cuidar de um bebê em tempo integral.

Naquele novo momento de vida, reorganizei muitas ideias, prioridades, formatos. E à medida que as demandas e necessidades de meu filho aumentavam, mais eu percebia que alguma ponta estava solta, e que isso aumentava minha ansiedade. Amigas diziam sobre a importância de rotina, e eu confundia rotina com rigidez, e dizia que não era para mim. Mas era, e segue sendo. Rotina e organização salvaram meus loucos dias de maternidade exclusiva.


Para começar, que bebês pedem rotina, se tornam pessoinhas mais calmas, respondem melhor ao mundo. É importante para eles, e para quem os rodeia. E percebendo isso, pensei que para mim também era necessária, e lá fui eu voltar a usar com afinco minha agenda.

Peguei tudo que tinha aprendido ao longo dos anos, e passei a planejar e organizar o cotidiano na agenda. Sabe aquela ansiedade nas alturas? Desceu vários níveis. Sabe o dinheiro guardado que ia embora rapidinho? Passou a ficar mais tempo na conta. Sabe a alimentação que estava focada na criança e uma zona pros adultos? Ficou toda bonitona e com intestino agradecendo. E o trabalho aos poucos foi achando as brechas para ir sendo retomado, e dessa vez com foco no que eu queria fazer, que é estar aqui escrevendo para você, estar entre cozinha e livros, estudos e planos alimentares, produzindo o que faz sentido no meu jeitinho de levar a vida.


Tem semanas que seguem sem agenda organizada, vão na toada dos

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momentos, no ‘deixa a vida me levar’ e claramente elas terminam com um ‘ufa!’, e uma sensação de quem passou por um redemoinho. Enquanto aquelas que ganham dedicados minutos de planejar tempo e tarefas, podem até ser levantadas por um furacão, mas dão a sensação de que está tudo bem, tem ordem no caos, e tudo se ajeitará em breve.


E te conto tudo isso, para mostrar alguns porquês de na FiGAS falar-se de comida e também de planejamento alimentar, de organização na cozinha, de leitura e reflexões. Tudo está conectado no objetivo de trazer para nossas mesas e na lida cotidiana mais sabor, cores e leveza.

Eu achei um caminho no papel e caneta, em minhas agendas, na organização da semana.
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A reflexão vai além da comida, porque traz pra consciência o olhar para si, para começar a pensar ‘como andam meus dias’, ‘dá pra achar mais prazer e alegria?’, ‘será que se organizar direitinho tudo sai?’.


‘Autonomia’ é um termo amplo, é mais um tema que dá pano pra manga de papos e tem várias vertentes de análises. Se olharmos para um pedacinho pequenino, nesse lugar do cotidiano, das tarefas e da rotina e principalmente da comida, já tem bastante reflexão.


Quando eu falo aqui de autonomia, quero te convidar para a cozinha, ser uma pessoa adulta funcional que sabe se alimentar, se cuidar e se nutrir. Que faz as escolhas que melhor lhe cabem.

Nada de grandes chefs, técnicas e pratos mil, mas a saborosa e acolhedora comida caseira. A sua comida, que você acompanha cada momento de execução, sente cada aroma de tempero antes de ir para as panelas, coloca sua essência do picar ao servir.



Autonomia também para organizar as demandas de tempo e suas dedicações. E é aí os porquês de que aqui falamos de comida e de planejamento, de autonomia e de conhecimentos.


Um espaço construído no cotidiano, na folha de papel, nas inspirações dos aromas das panelas. Da agenda companheira aos muitos livros de comida.


Essa é a FiGAS, e que bom que você está aqui.


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